Carlos Saúva, Subprefeito em Duque de Caxias, é homenageado no lançamento do Afromed e emociona ao relembrar trajetória de superação

Em meio às atividades pelo Dia Nacional da Consciência Negra, o evento destacou a força da representatividade, o poder da superação e a importância de abrir caminhos para que jovens negros se sintam vistos, acolhidos e inspirados.

Por Geraldo Perelo

O lançamento do projeto Afromed, realizado na manhã desta quarta-feira (19) no Campus Caxias da Universidade Afya Unigranrio, ganhou um significado ainda mais profundo ao celebrar a trajetória de vida do subprefeito do 1º Distrito de Duque de Caxias, Carlos Saúva. Em meio às atividades pelo Dia Nacional da Consciência Negra, o evento destacou a força da representatividade, o poder da superação e a importância de abrir caminhos para que jovens negros se sintam vistos, acolhidos e inspirados.

O Afromed, movimento voltado ao acolhimento, fortalecimento e representatividade de estudantes negros da área da Saúde, tem como missão apoiar quem começa sua trajetória universitária carregando não apenas sonhos, mas também as marcas de desigualdades históricas. E foi justamente nessa perspectiva que a homenagem a Saúva ganhou contornos ainda mais simbólicos.

Carlos Saúva se emociona durante a homenagem lhe prestada por Maicon Rainan

Diante de estudantes emocionados, o subprefeito compartilhou memórias profundas da infância e da juventude, recordando a força de sua mãe — mulher simples, analfabeta, que criou três filhos com extrema dificuldade, mas nunca permitiu que a dureza da vida apagasse a esperança dentro de casa.
“Vocês não têm noção do que eu tive que enfrentar por causa da cor da minha pele. Só que tudo isso só me fortaleceu. A cor da pele não limita ninguém”, afirmou, visivelmente emocionado.

Saúva relembrou episódios marcantes, como os Natais sem ceia, a escassez, a discriminação e o medo que tantas vezes tentou paralisá-lo. Mas destacou, com voz firme, que cada desafio se transformou em impulso:
“Nada na minha vida foi fácil. Nunca baixei a cabeça pra minha cor. Sofri muito, mas tudo virou força para conquistar territórios. Hoje é uma honra estar aqui, ver tantos jovens negros fazendo Medicina e ocupando espaços que sempre foram nossos, mas que tentaram nos negar.”

Carlos Saúde citou a própria mãe como o grande porto seguro de sua trajetória de vida

A fala do subprefeito ecoou de forma especial entre os estudantes. O acadêmico de Medicina Maicon Rainan foi quem conduziu a homenagem, ressaltando a importância de ver, dentro da própria universidade, um exemplo real de superação:
“Temos hoje o prazer de receber alguém que representa o nosso povo. O Afromed existe para abraçar quem sonha cursar Medicina, mas enfrenta intempéries no caminho. O senhor inspira e fortalece cada um de nós”, destacou.

A equipe do Afromed entregou a Saúva uma mensagem de reconhecimento antecipado, destacando que sua história reafirma grandes princípios do movimento:
✨ As raízes fortalecem o caminho.
✨ A perseverança transforma destinos.
✨ A representatividade abre portas onde antes só havia muros.

O texto reforçou ainda a visão do subprefeito como gestor público que trabalha com humanidade, proximidade e responsabilidade, alguém que conhece de perto as dores e dificuldades do povo e, por isso, lidera com verdade.

As homenagens lembram o subprefeito como gestor público que trabalha com humanidade

A homenagem foi mais que simbólica: foi necessária. Em um momento dedicado à Consciência Negra, celebrar um homem que venceu as barreiras impostas pela cor da pele, que transformou adversidades em propósito e que hoje ocupa um cargo público sem perder a essência, é reafirmar que o futuro precisa — e deve — ser construído com oportunidades iguais para todos.

Para os jovens presentes, a mensagem deixada por Carlos Saúva foi clara e poderosa:
“Vocês não têm que ter medo de nada. Podem ser o que quiserem. Só depende de vocês.”

Mais do que uma cerimônia, o lançamento do Afromed e a homenagem ao subprefeito transformaram-se em um encontro de gerações que resistem, persistem e, principalmente, ocupam espaços para que outros possam entrar. Uma celebração da vida, da luta e da vitória de quem nunca desistiu — e agora inspira centenas a fazer o mesmo.