Curta-metragem resgata a memória dos rios Pavuna e Sarapuí esquecidos na Baixada Fluminense
filme foi rodado em Nilópolis, Nova Iguaçu e Belford Roxo e propõe um reencontro sensível com a natureza que resiste na Baixada.
O curta-metragem Memória das Águas, dirigido pela cineasta nilopolitana Catu Rizo, estreia em breve e percorre os rios Pavuna e Sarapuí, resgatando a memória ambiental da Baixada Fluminense por meio de uma narrativa poética e ficcional. Com 23 minutos de duração, o filme foi rodado nos municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu e Belford Roxo e propõe um reencontro sensível com a natureza que resiste na Baixada.
A protagonista da história é Dalva, interpretada por Simone Cerqueira — atriz e moradora de Nova Iguaçu —, que vive uma antropóloga que pesquisa os rios fluminenses. Em seu percurso pela cidade, ela recolhe rastros de uma paisagem invisibilizada, buscando reconectar memória, afeto e ecologia. A narrativa mistura imagens documentais, mapas e arquivos com cenas de contemplação e cotidiano.

A cineasta investiga a relação das cidades com o cinema, os rios fluminenses e o cotidiano
Parte das gravações ocorreram no Parque Natural do Gericinó, em Nilópolis, e no Parque Municipal de Nova Iguaçu, duas áreas de proteção remanescente da Mata Atlântica na Baixada — bioma que foi severamente devastado desde o período colonial. As filmagens nesses espaços demandaram deslocamentos em trilhas e rotas de difícil acesso.
A cineasta investiga a relação das cidades com o cinema, os rios fluminenses e o cotidiano, construindo uma obra ficcional que entrelaça a memória, a cultura e o ecossistema do que antes era conhecido como o Recôncavo da Guanabara “Ao olhar para os rios que correm soterrados ou poluídos, estamos também olhando para as histórias que foram apagadas. O cinema pode ser esse espaço de fabulação coletiva, onde voltamos a imaginar outros mundos possíveis”, afirma Catu Rizo, que também assina o roteiro do filme.
O projeto foi financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo por meio de edital municipal da prefeitura de Nilópolis e contou com a parceria do coletivo BaixadaCine e do CECIP (Centro de Criação de Imagem Popular), que cedeu imagens da TV Maxambomba — maior experiência de TV comunitária da América Latina. A equipe técnica é composta majoritariamente por profissionais da Baixada Fluminense.
Sobre a diretora:
Catu Rizo é cineasta e fundadora do selo @CatuFilmes. Natural de Nilópolis, foi docente temporária da Faculdade de Artes do Paraná (FAP/UNESPAR) e desenvolve projetos audiovisuais autorais que perpassam o sonho, memória e cotidiano e território, a partir da Baixada Fluminense, onde atua há mais de 10 anos com cinema, arte e educação.
Acompanhe novidades sobre o filme — como making-of, exibições, festivais e o lançamento do roteiro em versão áudio — no perfil da diretora: @CatuFilmes.
SERVIÇO
🔹 Curta-metragem: Memória das Águas
🔹 Direção e Roteiro: Catu Rizo
🔹 Duração: 23 minutos
🔹 Locais de filmagem: Nilópolis, Nova Iguaçu e Belford Roxo (RJ)
🔹 Atriz protagonista: Simone Cerqueira
🔹 Financiamento: Lei Paulo Gustavo – Edital Municipal
🔹 Apoio: Coletivo BaixadaCine e CECIP
🔹 Informações e novidades: @CatuFilmes
Extra:
Em vez de denunciar com dados, o filme propõe um mergulho sensível nas ausências, rastros e fabulações de um território marcado pela força das águas e pelo silêncio do poder público. A protagonista caminha entre o real e o imaginado, evocando temas urgentes como o racismo ambiental, a urbanização predatória, a crise hídrica e o direito à memória.
De acordo com a diretora Catu Rizo: “Dalva busca rios como quem busca futuro, em um lugar onde há água demais nas enchentes e água de menos nas torneiras. A cidade se ergueu sobre rios, mas ela faz o caminho inverso: transforma deslocamento em arqueologia poética. E assim, o filme propõe um olhar para a paisagem como corpo racializado — onde há apagamento das águas, há também o reflexo de um racismo estrutural que insiste em silenciar territórios inteiros.”















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