Urbanista defende a união dos prefeitos da Baixada na construção de cidades mais inclusivas e democráticas
O urbanista Vicente Loureiro defendeu a integração entre os prefeitos da Baixada Fluminense em busca de recursos para suas cidades
O arquiteto e urbanista Vicente Loureiro, defendeu nesta terça-feira (15), uma maior integração entre os prefeitos da Baixada Fluminense no sentido de buscar apoio junto aos governos estadual e federal para ações que beneficiem políticas públicas voltadas, sobretudo, ao desenvolvimento mais equilibrado da região.
— Não só os prefeitos da Baixada, mas também os governantes estaduais e federais têm tido uma situação, de modo geral, muito em cima dos passivos urbanísticos e sociais não atendidos. É preciso ter ousadia de pensar algumas soluções, por exemplo, no campo do saneamento e da infraestrutura, com gestão mais compartilhada, ordenada e estruturante, visando sobretudo melhorar a qualidade de vida das pessoas nas cidades onde elas vivem —, defendeu.
Loureiro foi o palestrante convidado da VII Conferência Municipal das Cidades, sob o tema” Construindo a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano: Caminhos para Cidades Inclusivas, Democráticas, Sustentáveis e com Justiça Social”. O encontro foi promovido pela Prefeitura de Nilópolis, no auditório da 2ª Igreja do Nazareno.
O foco da conferência, segundo Vicente Loureiro, foi unir forças para a construção de cidades mais inclusiva, mais democrática e com maior justiça social. “Para isso, é preciso garantir os direitos fundamentais ao exercício de uma vida digna, com o acesso de sua população às oportunidades que essas mesmas cidades possam oferecer”, resumiu.
No evento, que durou o dia todo, representantes dos mais variados segmentos da sociedade civil organizada defenderam um conjunto de garantias que visam assegurar uma vida digna para todos os cidadãos, incluindo o acesso à moradia adequada, saneamento básico, transporte público de qualidade, segurança, lazer, educação, cultura e participação na gestão pública.
— O nosso objetivo é promover políticas públicas que melhorem a qualidade de vida e o desenvolvimento urbano de nossa cidade —, sustentou a superintendente dos Conselhos Municipais, Inez Simpliciano, que organizou o evento ao lado do secretário municipal de Obras, Arthur Ribeiro.
O vice-prefeito Álvaro Ramos, o Alvinho, que representou o prefeito Abraãozinho, disse que o governo municipal trabalha com muita dedicação no sentido de melhorar a cidade em todos os aspectos, desde a questão urbana, passando pelo direito do nilopolitano de ir e vir, e também em apoio às classes marginalizadas da sociedade, como os moradores de rua, entre outras políticas públicas.

Os secretários José Ribeiro, Antônio Carlos, Diogo Menezes, Arthur Ribeiro e o vice-prefeito Alvinho
Região com histórico de exclusão
A Baixada Fluminense, que engloba municípios populosos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, é marcada por um histórico de exclusão urbana, com infraestrutura precária, serviços públicos insuficientes e alto índice de violência, além da ausência de políticas públicas efetivas que promovam a inclusão e o desenvolvimento. Para Vicente Loureiro, é urgente repensar o modelo de desenvolvimento urbano que perpetua a exclusão.
— Quais medidas e iniciativas as prefeituras, dentro de suas limitações, podem fazer para que a habitação, a mobilidade, a saúde, a educação e a cultura, entre outros itens, passem a ser um direito resolvido e exercido na sua plenitude? — questionou o urbanista, para quem é fundamental se evitar a expansão informal da cidade com construções precárias e inadequadas, que acabam sendo mais problema do que solução. “A população da Baixada Fluminense tem direito a uma cidade mais justa, sustentável e democrática”, foi categórico.

A conferência teve a participação de vários segmentos da sociedade civil organizada na 2º Igreja do Nazareno
Loureiro lembrou ainda que vivemos num país “produtor de excluídos”, frisando que hoje, a Baixada Fluminense tem em média, de 35% a 40% das pessoas economicamente ativas vivendo na informalidade. “Precisamos também implementar o direito ao acolhimento e a seguridade social das pessoas, dos moradores de rua, dos viciados em drogas vivendo à margem da sociedade, do desenvolvimento e da vida das cidades”, defendeu.
A conferência contou ainda com a participação dos secretários Diogo Menezes, de Habitação; José Ribeiro, de Cidadania e Direitos Humanos; e Antônio Carlos, de Cultura.
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