Duque de Caxias vai ganhar o maior Centro de Acolhimento no país para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Duque de Caxias vai ganhar o maior Centro de Acolhimento no país para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O lançamento da pedra fundamental do projeto, orçado em R$ 40 mi-lhões, foi feito neste fim de semana pelo prefeito Netinho Reis e o seu tio, o secretário de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis. A obra vai ocupar uma área de 20 mil metros quadrados, já desapropriada pela prefeitura no Parque Vila Nova, ao lado da favela do Lixão e da rodovi-ária, no centro da cidade.

Netinho Reis e o secretário Washington Reis lançam a pedra fundamental do que prometem ser a maior Centro de Acolhimento para autista no país

Por Geraldo Perelo

O município de Duque de Caxias vai ganhar um centro de acolhimento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), enfermidade que, segundo o Censo Demográfico de 2022, do IBGE, afeta 2,4 milhões de pessoas, o correspondente a 1,2% da população brasileira.

O lançamento da pedra fundamental do projeto, orçado em R$ 40 milhões, foi feito neste fim de semana pelo prefeito Netinho Reis e o seu tio, o secretário de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis. A obra vai ocupar uma área de 20 mil metros quadrados, já desapropriada pela prefeitura no Parque Vila Nova, ao lado da rodoviária, no centro da cidade.

— A casa do autista será tudo o que há de melhor na história, o maior projeto, jamais visto no país e no mundo, para atender não apenas à população de Duque de Caxias, mas de municípios vizinhos também —, anunciou Washinton Reis, explicando que as obras demandarão mais de R$ 100 milhões em investimentos.

Washington Reis lembrou que cada indivíduo no espectro é único, com talentos e formas especiais de enxergar o mundo. “É nosso dever construir uma sociedade mais inclusiva, com respeito, empatia e oportunidades iguais para todos. Que possamos, juntos, derrubar preconceitos e promover a verdadeira valorização da diversidade.”, conclamou.

Netinho Reis: “ser solidário às pessoas com autismo é reconhecer o valor da diversidade humana”. Lançamento da pedra fundamental

Ex-prefeito da cidade, Washington Reis deu como exemplo a decisão do governo municipal de criar a Fazenda Paraíso, no Distrito de Xerém, hoje considerado o maior centro de recuperação de dependentes químicos do país. “Temos lá um espaço acolhedor, que funciona em um ambiente aconchegante e humano, focado na reabilitação, tratamento e ressocialização dos acolhidos”, festejou.

—  Bem aqui próximo, no entorno da rodoviária e do supermercado, era frequentado por mais de 300 moradores de rua, a maioria viciada em drogas. Eram pessoas invisíveis, menos para mim; pessoas que não morreram. Isto, poque Deus me deu uma revelação e hoje temos a Fazenda Paraíso (no Distrito de Xerém) salvando vidas. Cuidar de gente, só entende quem tem temor a Deus, quem tem amor pelo próximo, como Jesus nos ensinou. A gente não desiste nunca, quando a causa é para melhorar a vida do povo. E quando a gente faz pelo pequenininho, a gente agrada o coração de Deus —, disse.

Segundo ainda o secretário de Transporte, as obras da Casa do Autista só foram viabilizadas porque contou com o máximo empenho do prefeito Netinho Reis, na desapropriação da área, e de seus irmãos, Rosenverg e Gutemberg Reis, deputados estadual e federal, respectivamente, autores das emendas apresentadas ao Orçamento do Estado e da União, de onde foi canalizada parte dos recursos para a consolidação do projeto.

Promessa de campanha

Washington Reis lembrou também que Netinho Reis, tio de uma linda sobrinha com o diagnóstico do TEA, usou como uma de suas bandeiras de campanha vitoriosa para a prefeitura, a questão do autismo. “Foi uma voz marcante no país em defesa desta causa tão nobre. Por isso, agora, começa aqui um novo tempo”, anunciou.

O Centro de Acolhimento do autista será construída numa área de 20 mil metros quadrados, no Centro de Duque de Caxias

Para o prefeito Netinho Reis, ser solidário às pessoas com autismo é reconhecer o valor da diversidade humana. “No Brasil, milhares de famílias enfrentam desafios diários em busca de respeito, inclusão e dignidade. Que possamos caminhar juntos, promovendo a empatia, a escuta e o acolhimento. O autismo não limita o potencial — apenas convida a enxergar o mundo com outros olhos.”, frisou o chefe do Executivo duquecaxiense.

Sudeste concentra maior grupo de autistas

O Censo Demográfico de 2022 apurou que a prevalência de pessoas com diagnóstico de transtorno do espectro autista foi maior entre os homens (1,5%) do que entre as mulheres (0,9%). Em números absolutos, assim como para o total da população, o Sudeste, onde Duque de Caxias está localizado, concentra a maioria, com um pouco mais de um milhão de pessoas com o TEA.

Entre os grupos etários, a prevalência de diagnóstico de autismo foi maior entre os mais jovens: 2,1% no grupo de 0 a 4 anos de idade, 2,6% entre 5 e 9 anos; 1,9% entre 10 e 14 anos; e 1,3% entre 15 e 19 anos. Esses percentuais representam ao todo, 1,1 milhão de pessoas de 0 a 14 anos com autismo. Nos demais grupos etários, os percentuais oscilam entre 0,8% e 1%.

Ao se considerar conjuntamente os recortes de sexo e idade, o grupo de meninos de 5 a 9 anos apresentou o maior percentual de diagnóstico: 3,8% da população masculina nessa faixa etária, o equivalente a 264,6 mil indivíduos. Entre as meninas da mesma faixa, o percentual foi de 1,3%, totalizando 86,3 mil pessoas. Situação semelhante foi observada no grupo 0 a 4 anos, com prevalência de 2,9% entre os meninos e 1,2% entre as meninas.

Já a prevalência de TEA foi maior entre os homens em todos os grupos etários até 44 anos. Entre 45 e 49, 55 e 59 e 70 anos ou mais, os percentuais foram equivalentes entre os sexos de nascimento. Já nos grupos de 50 a 54 e 60 a 69 anos, as mulheres apresentaram prevalências ligeiramente superiores às dos homens, com diferença de 0,1 pontos percentuais.

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