Centro de Referência da Mulher Brasileira celebra dois anos de atuação em Japeri com fortalecimento da rede de proteção

Centro de Referência da Mulher Brasileira celebra dois anos de atuação em Japeri com fortalecimento da rede de proteção

Desde sua inauguração já foram contabilizados mais de 2 mil atendimentos, entre casos novos e retornos

A Prefeitura de Japeri comemorou, na quarta-feira (26), os dois anos de funcionamento do Centro de Referência da Mulher Brasileira Alvanira de Souza (CRMB). Desde sua inauguração foram contabilizados mais de 2 mil atendimentos, entre casos novos e retornos, sendo referência no acolhimento humanizado e na articulação de políticas de enfrentamento à violência de gênero. O espaço oferece acompanhamento psicológico, jurídico e social, e amplia sua cobertura através de parcerias e promoção de uma cultura de respeito e proteção à mulher.

A cerimônia reuniu autoridades municipais, membros da rede de proteção e representantes da sociedade civil em um momento de valorização das políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher. Durante a celebração, foi lançada oficialmente a Cartilha de Informações e Esclarecimentos sobre a Rede de Atendimento à Mulher, um material de apoio que orienta servidores públicos e membros de organizações governamentais e não governamentais sobre como identificar situações de violência, acolher as vítimas e encaminhá-las corretamente ao CRMB, promovendo a interrupção do ciclo de violência e o apoio mais imediato. 

Segundo a coordenadora do Centro de Referência, a psicóloga Regiane Ribeiro, trabalhar no CRMB é sobre acreditar, todos os dias, que é possível transformar realidades. “Cada mulher acolhida, cada história ouvida, cada vida protegida nos dá ainda mais ânimo para continuar, buscar mais e fazer melhor. É um trabalho que exige sensibilidade, mas também muita coragem. A gente sabe que os desafios são grandes, mas o compromisso com a vida e a dignidade das mulheres é o que nos move. E é isso que nos faz não desistir: saber que estamos fazendo a diferença. O CRMB é lugar de acolhimento, mas também de esperança e reconstrução feita à muitas mãos”, explicou.

“Na cartilha que lançamos, fizemos questão de começar com a frase da Maria da Penha: ‘A vida começa quando a violência acaba’. É uma mensagem atemporal, profunda e cheia de significado. Ela resume o que acreditamos aqui: toda mulher merece recomeçar em paz, com dignidade e livre de violência”, finalizou a coordenadora do CRMB Japeri.

Resgate histórico, desafios e avanços 

A cerimônia reuniu autoridades, membros da rede de proteção e representantes da sociedade civil

Em uma mesa composta pelos secretários municipais de Assistência Social, Walter Trajano, e de Direitos Humanos, Pessoas com Deficiência, Mulher e Cidadania, Luiz Henrique Xavier, foi possível relembrar o caminho percorrido até a celebração desses dois anos. Também participaram Maria Cristina Alves, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e Rosiane Almeida coordenadora do CEAM Queimados e representante da Secretaria de Estado da Mulher.

O projeto é referência no acolhimento e na articulação de políticas de enfrentamento à violência de gênero.

O resgate histórico passou pelos anos que antecederam a criação do CMDM, em 2010, e pelas etapas de atendimento em outros municípios da Baixada Fluminense, como Nova Iguaçu e Queimados, até a instalação do CEAM Japeri (2021) e, hoje, a consolidação de um atendimento integral no CRMB.

“Ainda temos muitos desafios a enfrentar, mas seguimos firmes e determinados no fortalecimento das políticas públicas para as mulheres. Já são mais de dois mil atendimentos realizados por uma equipe altamente capacitada e comprometida aqui no CRMB. Para nós, a proteção e a promoção dos direitos das mulheres não são apenas prioridades, são compromissos inegociáveis. Toda a rede da Assistência Social está de portas abertas para acolher, orientar e amparar as mulheres japerienses. Agora, com a cartilha, aumentamos ainda mais o acesso à informação e fortalecemos a rede de apoio. Nosso papel à frente da pasta é seguir ampliando esse alcance, com dignidade e respeito às políticas públicas efetivas do nosso município”, destacou o secretário Walter Trajano.

Para a coordenadora e psicóloga Regiane Ribeiro, é possível transformar realidades.

Participaram ainda do evento representantes dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e do Programa Criança Feliz; da Secretaria Municipal de Saúde através da subsecretaria de Vigilância em Saúde e do Programa Viva Japeri; coordenadores de programas nas secretarias municipais de Assistência Social e de Direitos Humanos e membros da sociedade civil, que reafirmaram o compromisso coletivo com a proteção, o empoderamento feminino e a promoção de direitos das mulheres em Japeri.

O CRMB fica na Avenida Vereador Francisco Costa Filho, s/nº, no bairro São Jorge, em Engenheiro Pedreira, e atende de segunda a sexta, das 9h às 17h, e informações via mensagem de App WhatsApp (21) 97702-1487.

Depoimentos: 

“Hoje eu estou aqui pra ver como a gente melhora, como a gente se ajuda. Na Secretaria de  Direitos Humanos estamos buscando a interlocução com as instituições, como a implantação do Núcleo Especial de Atendimento à Mulher (NEAM)”, Luiz Henrique – Secretário Municipal de Direitos Humanos.

“O CEAM Baixada, no bairro da Luz em Nova Iguaçu, atendia uma grande demanda de Queimados e de Japeri. Foi criado o CEAM Queimados e a todo tempo em que eu tinha oportunidade eu falava da necessidade de Japeri receber o seu equipamento, e conseguimos. Funcionou durante um ano, até se tornar o Centro de Referência da Mulher Brasileira. E hoje, eu fico muito feliz em ver pela primeira vez aqui, dois secretários. O que nos diz que essas são políticas públicas de continuidade. E isso, eu falo ao lado da Cristina do Conselho da Mulher, que é a realização de um sonho”. Rosiane Almeida – Coordenadora do CEAM Queimados da Secretaria de Estado da Mulher 

“Saber que hoje comemoramos os dois anos do CRMB, que no próximo dia 15 teremos a Conferência Municipal dos Direitos das Mulheres, onde vamos discutir políticas e fazer propostas, mostra que toda a luta que falamos aqui não foi em vão. Estamos colhendo frutos e ampliando também nossa rede de proteção com a interlocução com outros setores do próprio serviço público, como o apoio que estamos pedindo aos agentes de saúde, que vão nos sinalizar quando verificarem casos de violência que vamos encaminhar ao CRMB”. Maria Cristina – presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres

“Nós que atuamos nos CRAS realizamos os atendimentos com a certeza de que, nos casos de mulheres vivenciando ciclos de violência, temos em nossa cidade um equipamento preparado para amparar, proteger e promover os direitos dessa mulher. O CRMB representa esse lugar de acolhimento e reconstrução. Encaminhar uma mulher para lá é dar a ela a chance real de romper o ciclo da violência e iniciar um novo caminho, com apoio, segurança e dignidade. Saber que podemos contar com essa rede nos fortalece como profissionais e, principalmente, fortalece quem mais precisa de cuidado e proteção”. Simone Sarmento, Coordenadora do Cras Chacrinha e assistente social

Fotos: Thamyres Cardoso

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