Independente da Praça da Bandeira sonha com o ‘Grande Sertão Negro’ para conquistar em breve a passarela do samba da Marquês de Sapucaí

Independente da Praça da Bandeira sonha com o ‘Grande Sertão Negro’ para conquistar em breve a passarela do samba da Marquês de Sapucaí

No domingo de carnaval, 15 de fevereiro de 2026, a agremiação de São João de Meriti será a 6ª a desfilar na Intendente Magalhães, e promete um espetáculo vibrante. Será o batuque da esperança ecoando pelas arquibancadas, o sopro de um povo que acredita que o samba também é instrumento de afirmação e dignidade.

Por Geraldo Perelo

A Baixada Fluminense, celeiro de talentos e resistência, volta a fazer ecoar sua força no universo do samba com a Independente da Praça da Bandeira, que se prepara para o Carnaval de 2026. A escola, que traz em seu estandarte o orgulho de uma comunidade guerreira e apaixonada, apresentou oficialmente o samba-enredo “Grande Sertão Negro”, uma ode à ancestralidade africana que moldou o Nordeste brasileiro — terra de fé, ritmo e luta.

A obra, assinada por Marquinhos Beija-Flor, Claudio Russo, Raphael Gravino, Mateus Pranto, Gabriel Simões e Breno Santos Amaral, é mais que um samba: é um manifesto. Um cântico que atravessa mares, mocambos e sertões, reafirmando que a cultura negra pulsa nas veias do Brasil profundo, aquele que se levanta entre o batuque do maracatu, o fervor do frevo e o toque sagrado do afoxé.

O intérprete Diego Nascimento, e sua equipe de olho na passarela da Marquês de Sapucaí

Nas mãos da enredista Flávia Alessandra e dos carnavalescos Ricardo Paulino e Robson Goulart, o enredo se transforma em uma travessia simbólica, conduzindo o público por uma narrativa que celebra a herança africana em solo nordestino — das cozinhas perfumadas de azeite e dendê ao sincretismo que deu origem às mais belas expressões de fé e resistência.

A Independente da Praça da Bandeira quer mais que brilhar: quer marcar seu nome entre as grandes. Disputando o título da Série Prata e de olho na ascensão à Série Ouro em 2027, a escola reafirma o sonho de, um dia, levar seu pavilhão até a Marquês de Sapucaí, somando-se às potências da Baixada já consagradas no Grupo Especial — Beija-Flor de Nilópolis e Acadêmicos do Grande Rio, símbolos de uma região que aprendeu a transformar dor em arte e luta em carnaval.

O presidente Fernando José com os casal de Porta-bandeira e Mestre sala – Priscila e Douglas

No domingo de carnaval, 15 de fevereiro de 2026, a agremiação será a 6ª a desfilar na Intendente Magalhães, e promete um espetáculo vibrante. Será o batuque da esperança ecoando pelas arquibancadas, o sopro de um povo que acredita que o samba também é instrumento de afirmação e dignidade.

Em cada verso do samba, a Independente exalta o legado africano que construiu o Brasil:

“É preto o Nordeste do meu país,
Raiz da negritude se arraigou,
Nos mocambos do sertão,
E no porto de São Salvador…”

O canto da escola é também o grito de um tempo novo.
Na cadência do tambor, a Praça da Bandeira vai mostrar que o samba é quilombo, é resistência, é amor que não se apaga.
E quando o pavilhão tremular sob o céu da Intendente, será o prenúncio de um futuro maior — o dia em que o grito da Baixada ecoará forte na Sapucaí.

Odoyá, Iemanjá!
O mar é grande, mas a coragem da Independente é ainda maior.

Com Gardel Assessoria