Polícia Civil prende dois criminosos por tráfico interestadual de armas e drogas no Rio e em São Paulo
Grupo movimentou cerca de R$ 250 milhões; material abastecia o Complexo do Alemão
O Governo do Estado, por meio da Polícia Civil, realiza nesta quinta-feira (03) operação contra integrantes de um “consórcio” de organizações criminosas voltado para o abastecimento de armas de fogo e drogas para o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
A ação, intitulada “Operação Bella Ciao“, é da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). De acordo com as investigações, o grupo movimentou mais de R$ 250 milhões. Os dois alvos da ação foram capturados, nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Entre os presos estão Ana Lúcia Ferreira, ex-mulher de Elton Leonei da Silva, o Galã, um dos líderes do PCC e fornecedor de drogas e arma na América Latina. Ela foi localizada na quarta-feira (2) em Taubaté, no Estado de São Paulo. A Ana seria peça-chave na articulação entre a facção Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Também foi preso na Pavuna, Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (3), o operador financeiro Gustavo Miranda de Jesus, um dos braços de Phillip da Silva Gregório, o Professor, que morreu recentemente.
— Uma das prioridades do nosso trabalho de combate ao crime organizado é sufocar financeiramente as organizações para enfraquecer o poder e reduzir a expansão das ações realizadas por essas quadrilhas. A Polícia Civil vem atuando com operações estratégicas e inteligência para capturar os criminosos e apreender armas e drogas – afirma o governador Cláudio Castro.
Vinícius Miranda, titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, disse que as investigações começaram há cerca de um ano. Segundo ainda a Polícia, Gustavo cuidava da lavagem do dinheiro da facção criminosa com empresas de fachada e eventos, como bailes funk na favela.
— O Gustavo usava a própria família para movimentar os valores. Numa operação anterior, os pais e a irmã dele já tinham sido presos por emprestar contas bancárias para essas transações —, explicou o delegado.
A investigação revelou uma rede de pessoas interpostas, empresas de fachada, contas bancárias de laranjas e logística interestadual para mobilizar e ocultar a origem dos produtos e ativos ilícitos, com núcleos na capital fluminense e no Mato Grosso do Sul. A apuração contou com análise de conversas telemáticas, dados financeiros e laudos periciais.
— Sistematicamente estamos expondo os mecanismos usados pelas facções criminosas para lavar dinheiro e garantir o abastecimento de armas e drogas. Esse trabalho é essencial para asfixiar financeiramente e enfraquecer os grupos criminosos – destaca o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.
A operação tem ainda o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão contra outros investigados, para reunir elementos que possam auxiliar no inquérito.
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