OSC Cidadania Sinfônica inspira novos horizontes oferecendo oficinas de arte e cultura aos moradores de baixa renda em Nova Iguaçu

OSC Cidadania Sinfônica inspira novos horizontes oferecendo oficinas de arte e cultura aos moradores de baixa renda em Nova Iguaçu

No Polo Km 32, o projeto transforma instalações singelas em espaços de futuro para atender a crianças, jovens, adultos e idosos, em aulas que iluminam novos caminhos.

Referência em ações socioculturais na Zona Oeste e Zona Norte, a OSC Cidadania Sinfônica está completando 21 anos de fomento à educação através de iniciativas multidisciplinares. ‘Crias’ de Campo Grande, onde mantêm firme a base de tudo, o maestro Rafael Rocha e o soprano e gestora cultural Danielle Sardinha agora abrem horizontes na Baixada Fluminense, em Nova Iguaçu, região metropolitana do Rio, para oferecer oficinas de arte e cultura aos moradores de baixa renda.

Mais precisamente, no Polo Km 32, que transforma instalações singelas em espaços de futuro para atender a crianças, jovens, adultos e idosos, em aulas que iluminam novos caminhos.

A permanente atividade na periferia fluminense dá o lastro para chegar ao Polo Km 32. Pela iniciativa, a OSC Cidadania Sinfônica acaba de ser reconhecida com o Prêmio Heloneida Studart, conferido pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Na atualidade, a OSC conta com polos em Santa Cruz e Grande Tijuca, além deste no Km 32. O principal e decisivo objetivo de cada núcleo é descortinar perspectivas para os moradores menos favorecidos. No Polo Km 32 os alunos estão engajados em aulas de balé, capoeira, violão, prática de conjunto, bateria, teclado e canto coral. 

Acesso à formação cultural

“O projeto leva arte e cultura para uma região marcada por vulnerabilidades com o objetivo de oferecer mais oportunidades, estrutura e acesso à formação cultural para toda comunidade. É mais uma iniciativa para fortalecer a cultura nas periferias e incentivar novos talentos locais”, afirma o maestro Rafael Rocha. A culminância das oficinas acontecerá no mês de novembro, quando apresentações estão previstas. Além da sensibilização através do ensino básico à música e dança, há também o objetivo de implementar um trabalho continuado que promova bem-estar e saúde mental aos alunos.

“O Cidadania Sinfônica Opera Studio é uma das vertentes do Programa Cidadania Sinfônica. Direta ou indiretamente todos os projetos dentro do programa acabam se complementando. Há todo um processo necessário para a valorização das artes, principalmente porque a pretensão profissional na área representa apenas uma parcela da população. Para a ressignificação que faz parte de nossa missão ser mais efetiva precisamos também de apreciadores bem instruídos”. 

Neste projeto de oficinas culturais, em especial, o programa oferece atividades que abrangem várias outras expressões artísticas com o objetivo de mostrar a gama de possibilidades que os cidadãos locais têm para ocupar o tempo livre e expandir sua visão de mundo. E, por que não, inspirando escolhas profissionais no futuro?”, pontua o soprano e gestora cultural Danielle Sardinha.

Combate à invasão escolar

Danielle Sardinha conta que outro propósito do projeto é contratar prestadores de serviço da própria localidade. Assim, os instrutores e oficineiros também atuam como parceiros, em diálogo com a geração de renda, movimentando por sua vez a economia local, o que propicia maior engajamento no bairro. “As oficinas culturais têm como eixo a socialização para inspirar a transformação de moradores na região. Também importa oferecer atividades de lazer, novos conhecimentos pró-saúde mental e bem-estar em geral”, explica.  

Idade não é uma questão. Um dos alunos tem 70 anos. “Para apresentar os resultados dessa primeira iniciativa, vamos realizar um recital com todos os alunos a fim de que familiares e outros moradores possam conferir os resultados positivos de participar das aulas”, antecipa Danielle. Moradores de Campo Grande, o casal de músicos e professores é incansável no combate através da Cultura aos dilemas das periferias de grandes centros urbanos, como violência e evasão escolar. “Já temos um polo em Santa Cruz e, em breve, vamos inaugurar nova unidade na Tijuca. Nossa perspectiva é abrir uma sede que seja nossa base na Tijuca”, adianta Rafael.

O lastro para a solidez está sendo construído a cada ano, ao longo dos 21 anos. “Criamos o programa em 2004 quando ainda éramos estudantes de nível básico em música. Nesse início, o Rafael e eu reunimos alguns amigos com muita vontade de tocar e formamos uma banda sinfônica. Na época, eu tocava flauta transversa e ele dava seus primeiros passos como regente. A gente se reunia para ensaiar em locais alternativos como o porão de uma igreja, ou no quintal da casa de um colega, quando dava. Durante algum tempo, realizamos uma residência artística no Teatro Arthur Azevedo (FUNARJ). Foi quando entendemos que precisávamos de uma estrutura e nos organizamos como pessoa jurídica.”, complementa Danielle Sardinha. 

Sobre Danielle Sardinha

Soprano, mestranda na área de Práticas Interpretativas em Música, especialização em ópera, pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Bacharel em canto lírico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante a sua formação se dedicou à Produção Musical e Gerência de Projetos – destacando-se a aprovação no edital “MUNICIPAL EM CENA”, da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro para realização em 2022 – no Programa Cidadania Sinfônica/Orquestra Sinfônica Jovem de Campo Grande-RJ. Passou ainda por cursos de capacitação em Gestão Cultural pelo GIFE e pelo Programa Gestores 2021(Sala Cecília Meireles). Como cantora, participou de produções junto ao Coro Sinfônico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica da UFRJ e da Associação de Canto e Coral (ACC) em espaços como HSBC Arena, Cidade das Artes entre outros. Também estudou na Escola de Música Villa-Lobos (EMVL) onde adquiriu conhecimentos de regência coral. Em sua carreira como docente atuou como professora em cursos profissionalizantes na Fundação de apoio à Escola Técnica – Governo do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC).

Sobre Rafael Rocha:

Rafael Rocha é graduado em Regência Orquestral pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob orientação do Prof. Dr. André Cardoso e Dr. H.C em Gestão Cultural, pela Academia de Filosofia e Ciências Humanísticas Lucentina (AFCHL). Iniciou seus estudos em música na Fundação de Apoio a Escola Técnica/RJ e na Escola de Música Villa-Lobos. Responsável por iniciativas culturais como “Programa Cidadania Sinfônica” e “Orquestra Sinfônica de Campo Grande – RJ” recebeu por essas realizações moções de honra ao mérito concedida pela Academia Brasileira de Medalhística Militar (ABRAMIL) de Congratulação e louvor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Prêmio de responsabilidade Social pela Associação de Imprensa da Barra da Tijuca, Prêmio Expressão Cultural da Coordenadoria Regional de Cultura da Zona Oeste do Rio de Janeiro, Placa de homenagem da Secretaria de Estado de Cultura e Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro. Possui o Título de Comendador da Sociedade Brasileira de Artes, Cultura e Ensino. Medalha: Ordem do Mérito Cultural Carlos Gomes (São Paulo – SP).